sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Tempo de mudanças

Chega esta época, e enche-se as ruas de santinhos e placas com o slogan “Renovação”. Mas o que se vê são as mesmas caras de sempre com o mesmo olhar cínico e falso. Renovar votando nos mesmos, esta é a idéia. A maioria é descendente de famílias com anos de vida politica, estão ali não para renovar nada, mas para continuar uma tradição de repressão, e enganação, da mesma forma que na monarquia o poder era hereditário, aqui ele se resignifica e a influência de velhos grupos políticos ainda é forte.
O que fazer então?
Votar no A, no B ou no C?
Votar? Qual o significado efetivo desta prática? Por que ainda se acredita que o sistema de voto pode mudar alguma coisa?
Mesmo mudando todo o time de governantes nada mudaria, por que eles são apenas fantoches do capital de quem os financia. O sistema eleitoral é falido e não muda nada.
Ó, e agora, quem poderá nos defender?
Você é a solução!
Empunhe a bandeira de suas lutas. Exija seus anseios sendo realizados. Ninguém pode fazer nada por você.
Toda vez que você confiar em alguém para defender seus interesses você estará alienando o seu direito de escolha e de participação, mesmo que os interesses que ele diga defender sejam próximos do que você acredita, ele não é você e, portanto não pode decidir por você.
Mas isto seria uma luta sem lideres? Mas isto é uma anarquia! Uma bagunça! Onde é que já se viu cada um fazendo o que quer vai ser um deus nos acuda. Ninguém vai ser respeitado.
Errado, isto é o que eles querem que você pense. Que você não é capaz de cuidar dos rumos da sua vida, por isto eles são necessários. Nem toda organização precisa necessariamente de um líder, você pode se organizar junto com outras pessoas para lutar por interesses em comum e não precisam de um líder, uma vez que os objetivos sejam cumpridos esta liga pode se desfazer antes que alguém decida brincar de mandar. O respeito é a base da anarquia, e ela não é uma bagunça, mas sim uma forma de libertar os oprimidos sem ficar restringindo tudo a classes gêneros, espécies.
Tome as rédias de sua vida. Faça a revolução com suas mãos! Vote nulo e saia para as ruas derrubando tudo aquilo que você é contra!!!

ANARQUIA É UTOPIA! FAÇA UMA TODO DIA!!!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O simbolismo aprisionante do humano

O homem, vivendo na sociedade moderna nega a sua natureza. Esconde o seu desejo e sentimento de ócio atrás da necessidade de trabalhar, produzir e “contribuir com sua parte para o nosso belo quadro social” ( nem preciso referenciar a citação). Com isto ele, negando seus desejos e vontades intrínsecos se esconde atrás do rótulo de homem produtivo e se insere não naturalmente em um grupo que não representa exatamente os seus desejos e anseios, mas o aprisiona, atrás de uma prisão moral que caracteriza quem não esta incluído neste paradigma moderno de sociedade de vagabundo, preguiçoso, enfim, um criminoso social, que se nega a contribuir para o progresso da sociedade ( progresso este que mata a natureza humana, destrói a liberdade e também o meio natural, segregando o homem da natureza e excluindo-o do convívio com esta).

O mais interessante é que o carcereiro do homem é ele mesmo, através de um ato continuo de censura de sua vontade, se colocando no trabalho, como um mal necessário ao desenvolvimento e olhando com inveja e falando com desprezo aos poucos indivíduos que teimosamente se recusam a contribuir com este estereotipo de sociedade opressor.

Para se constatar isto basta observar os parques nos fins de tarde no verão, que levam em suas pistas de corridas “cidadãos” responsáveis, que brincando de hambsters admiram a beleza da “natureza” construída pelo homem, e represada nos lagos artificiais das cidades, ali, eles cidadãos podem após terem cumprido suas tarefas descansar com o merecido prazer que só a natureza construída lhes proporciona e ainda achar lindo. Suas expressões traduzem sua intensão de largar tudo e viver de uma forma mais simples, mas a possibilidade de serem considerados vagabundos os faz desistir, pois “vagabundo é vagabundo”, a pior ofensa a um homem moderno. Por isto preferem seguir em suas vidinhas bestas com seus falsos anseios e objetivos a serem alcançados, todos subproduto de sua mediocridade e submissão a um sistema explorador da beleza da singularidade humana.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Viva a Revolução!?!!!!?

Viva a revolução. A libertação dos seres, a tão sonhada liberdade.
Este sonho orienta um grande numero de pessoas em todo o mundo, pessoas que vêem em uma guinada nas estruturas uma possibilidade de abrir novas oportunidades, a felicidade tão sonhada. Mas, o que é revolução???

Os mais ortodoxos definiriam como a distribuição dos bens dos que muito tem entre os que pouco tem, fazendo uma distribuição mais justa. Inqüestionavelmente este mundo é cheio de desigualdades e de condições que possibilitam a opressão de alguns (só a título de exemplificação, a maldita propriedade privada, que permite toda esta merda de acumulação de capital). Outros se preocupariam com questões que se formaram mais recentemente, a libertação animal, defendendo aqui que todas as espécies são iguais, não havendo superiores nem inferiores, também é uma bela bandeira a se levantar na revolução. Causas mais do que justas, buscando libertar os oprimidos, tornar o mundo mais justo e todo este papo que é muito bonito. Mas ainda tem um problema, na verdade um problemão, um puta problemão, um problemaço.

ONDE é que esta a revolução?????
Sera que a revolução se faz com discussões acadêmicas? Teses e mais teses sobre a questão da exploração da terra, dos direitos dos animais, da igualdade de condições tanto sexuais como sociais, contra o homo fobismo, e várias outras bandeiras ( na verdade o que não falta é motivos para ir a revolução, para ir a forra com este sistema opressor). Vamos bradar o mais alto possível abaixo o imperialismo, palavras de ordem são fortes. Acho que agora a revolução acontece, não? Ainda não aconteceu? Mas eu ja gritei o mais que eu consegui, sera que faltou ar na hora? sera que a minha tese não derrubou o estado???

Não, isto não é revolução. É discurso, muito belo, mas não resolve só discursar. Só falando a revolução não acontece. Precisa de ação. Bom com a ação ela acontece. Mas o que é ação, passei tanto tempo discutindo que esqueci. É fuzilar, é matar, estraçalhar??? Estrebuchar, arregaçar, escorraçar??? Arrebentar, blablablar?? e outros ar??? Será??

Não, quer dizer, também, mas não só isto. Na verdade é muito mais simples. Como diz um amigo, a revolução se faz no micro, não no macro. São as pequenas ações que a colocam cada dia mais perto, as atitudes diárias, aqueles gestos que se incorporam as ações cotidianas, que nem percebemos mais que fazemos, pequenas atitudes aparentemente sem importância é que fazem a diferença, a consciência é que faz a diferença, você é quem faz a diferença. Leve a revolução para o seu dia a dia, faça dela algo rotineiro, faça do respeito um referencial e da liberdade uma companheira.

Lute, liberte-se, aja, hoje.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A maldição do Egoísmo humano

Uma das coisas que se apresenta como mais nociva dentro da sociedade contemporânea é a gigantesca leva de informações a que temos acesso. Não processamos mais informações, elas estão tão presentes que as engolimos, não tendo no aprendizado o sabor de algo novo aprendido e sim de mais um conhecimento inútil.
É lógico que o acesso a informações tem seu lado positivo, o problema é que ele muitas vezes não se apresenta como deveria.
Esta possibilidade de obtermos informações assim com um "click" nos torna vulneráveis ao sistema. Na medida que é através das informações que construímos nossa identidade, o acesso a qualquer forma de informações nos permite formar identidades ( no sentido cultural) únicas e inusitadas, o que inibe a organização de grupos de resistência, pois uma vez eliminadas as características comuns não se concebe mais uma organização com características e intenções comuns.
Neste sentido, as pessoas vivem cada vez mais em universos paralelos, todas as propagandas são feitas para legitimar este universo, fase-las "especiais" únicas, e cada vez mais avessas aos interesses dos outros. Quantas propagandas e anúncios trabalham com a idéia "O melhor do mundo é você", "tenha o mundo a seus pés", dando as pessoas a idéia de que são a nata do mundo e por isto não devem se importar com os outros.
A idéia de único foi tomada de maneira errada, distorcida e moldada de forma que de a idéia de que ser unico é ser melhor. Não. Somos todos únicos, a diferença é uma beleza que nos deve ser muito cara. Mas diferença não significa ser melhor significa só ser diferente ( o que ja é muito). Na medida que somos todos diferentes não há a possibilidade de haver melhor ou pior, pois somos diferentes.
Mesmo nas diferenças temos características comuns, que nos permite ter interesses comuns e uma luta comum. A idéia de organização entre pessoas diferentes sob seus próprios interesses e sem lideranças é a unica forma de luta verdadeira, onde todos estão unidos apenas pela paixão e amor a sua liberdade e singularidade, não se vendo como melhores ou piores, apenas como diferentes.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quem disse que isto é seu???

O maior roubo que o homem já cometeu foi a invenção da propriedade. Só mesmo seres egoístas como nós humanos teríamos a infeliz idéia de inventar fronteiras cuja maior característica é a sua exclusão.
Tomamos conta da terra e a dizemos nossa, sem levar em consideração as outras vidas ali existentes agimos como se tudo nos pertencesse. Excluímos animais plantas e todos os seres do nosso "pedaço".
Viva nós, os verdadeiros donos do planeta, os verdadeiros filhos do "criador".
Ah, como somos mesquinhos dentro do nosso eterno egoísmo besta, não nos damos conta que quando inventamos fronteiras e expropriamos o espaço fazemos de forma a deixar a maior parte dos seres de fora, apenas como forma de satisfazer nosso ego ganancioso.
E assim vamos, firmes no nosso "direito" sagrado sobre o que é "nosso", a nossa extensão (é deve haver alguns muito mais curtos do que outros) natural, nada mais "justo" ( no sentido humano de justiça) do que assegurar que ninguém passe sobre o que é meu, isto deve custar a vida de quem o fizer.
A propriedade deve ser mantida, mesmo que isto custe a nossa restrição de freqüentar lugares que pertencem a outros, afinal isto é a liberdade. Nosso espaço é nosso e ninguém tasca, mesmo que a fruta do quintal do vizinho pareça mais gostosa devo tomar todos os cuidados para que ele não pegue a minha. Afinal minha ingenuidade não permite que eu perceba que se não houvesse a propriedade eu poderia muito bem usufruir daquela fruta do outro quintal, e de vários outros quintais, sem me preocupar em manter o meu, e sem se preocupar em guardar para depois, pois não haveria carência.