quinta-feira, 19 de junho de 2008

O simbolismo aprisionante do humano

O homem, vivendo na sociedade moderna nega a sua natureza. Esconde o seu desejo e sentimento de ócio atrás da necessidade de trabalhar, produzir e “contribuir com sua parte para o nosso belo quadro social” ( nem preciso referenciar a citação). Com isto ele, negando seus desejos e vontades intrínsecos se esconde atrás do rótulo de homem produtivo e se insere não naturalmente em um grupo que não representa exatamente os seus desejos e anseios, mas o aprisiona, atrás de uma prisão moral que caracteriza quem não esta incluído neste paradigma moderno de sociedade de vagabundo, preguiçoso, enfim, um criminoso social, que se nega a contribuir para o progresso da sociedade ( progresso este que mata a natureza humana, destrói a liberdade e também o meio natural, segregando o homem da natureza e excluindo-o do convívio com esta).

O mais interessante é que o carcereiro do homem é ele mesmo, através de um ato continuo de censura de sua vontade, se colocando no trabalho, como um mal necessário ao desenvolvimento e olhando com inveja e falando com desprezo aos poucos indivíduos que teimosamente se recusam a contribuir com este estereotipo de sociedade opressor.

Para se constatar isto basta observar os parques nos fins de tarde no verão, que levam em suas pistas de corridas “cidadãos” responsáveis, que brincando de hambsters admiram a beleza da “natureza” construída pelo homem, e represada nos lagos artificiais das cidades, ali, eles cidadãos podem após terem cumprido suas tarefas descansar com o merecido prazer que só a natureza construída lhes proporciona e ainda achar lindo. Suas expressões traduzem sua intensão de largar tudo e viver de uma forma mais simples, mas a possibilidade de serem considerados vagabundos os faz desistir, pois “vagabundo é vagabundo”, a pior ofensa a um homem moderno. Por isto preferem seguir em suas vidinhas bestas com seus falsos anseios e objetivos a serem alcançados, todos subproduto de sua mediocridade e submissão a um sistema explorador da beleza da singularidade humana.