segunda-feira, 28 de abril de 2008

A maldição do Egoísmo humano

Uma das coisas que se apresenta como mais nociva dentro da sociedade contemporânea é a gigantesca leva de informações a que temos acesso. Não processamos mais informações, elas estão tão presentes que as engolimos, não tendo no aprendizado o sabor de algo novo aprendido e sim de mais um conhecimento inútil.
É lógico que o acesso a informações tem seu lado positivo, o problema é que ele muitas vezes não se apresenta como deveria.
Esta possibilidade de obtermos informações assim com um "click" nos torna vulneráveis ao sistema. Na medida que é através das informações que construímos nossa identidade, o acesso a qualquer forma de informações nos permite formar identidades ( no sentido cultural) únicas e inusitadas, o que inibe a organização de grupos de resistência, pois uma vez eliminadas as características comuns não se concebe mais uma organização com características e intenções comuns.
Neste sentido, as pessoas vivem cada vez mais em universos paralelos, todas as propagandas são feitas para legitimar este universo, fase-las "especiais" únicas, e cada vez mais avessas aos interesses dos outros. Quantas propagandas e anúncios trabalham com a idéia "O melhor do mundo é você", "tenha o mundo a seus pés", dando as pessoas a idéia de que são a nata do mundo e por isto não devem se importar com os outros.
A idéia de único foi tomada de maneira errada, distorcida e moldada de forma que de a idéia de que ser unico é ser melhor. Não. Somos todos únicos, a diferença é uma beleza que nos deve ser muito cara. Mas diferença não significa ser melhor significa só ser diferente ( o que ja é muito). Na medida que somos todos diferentes não há a possibilidade de haver melhor ou pior, pois somos diferentes.
Mesmo nas diferenças temos características comuns, que nos permite ter interesses comuns e uma luta comum. A idéia de organização entre pessoas diferentes sob seus próprios interesses e sem lideranças é a unica forma de luta verdadeira, onde todos estão unidos apenas pela paixão e amor a sua liberdade e singularidade, não se vendo como melhores ou piores, apenas como diferentes.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quem disse que isto é seu???

O maior roubo que o homem já cometeu foi a invenção da propriedade. Só mesmo seres egoístas como nós humanos teríamos a infeliz idéia de inventar fronteiras cuja maior característica é a sua exclusão.
Tomamos conta da terra e a dizemos nossa, sem levar em consideração as outras vidas ali existentes agimos como se tudo nos pertencesse. Excluímos animais plantas e todos os seres do nosso "pedaço".
Viva nós, os verdadeiros donos do planeta, os verdadeiros filhos do "criador".
Ah, como somos mesquinhos dentro do nosso eterno egoísmo besta, não nos damos conta que quando inventamos fronteiras e expropriamos o espaço fazemos de forma a deixar a maior parte dos seres de fora, apenas como forma de satisfazer nosso ego ganancioso.
E assim vamos, firmes no nosso "direito" sagrado sobre o que é "nosso", a nossa extensão (é deve haver alguns muito mais curtos do que outros) natural, nada mais "justo" ( no sentido humano de justiça) do que assegurar que ninguém passe sobre o que é meu, isto deve custar a vida de quem o fizer.
A propriedade deve ser mantida, mesmo que isto custe a nossa restrição de freqüentar lugares que pertencem a outros, afinal isto é a liberdade. Nosso espaço é nosso e ninguém tasca, mesmo que a fruta do quintal do vizinho pareça mais gostosa devo tomar todos os cuidados para que ele não pegue a minha. Afinal minha ingenuidade não permite que eu perceba que se não houvesse a propriedade eu poderia muito bem usufruir daquela fruta do outro quintal, e de vários outros quintais, sem me preocupar em manter o meu, e sem se preocupar em guardar para depois, pois não haveria carência.